sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pensamentos, luas e amores



Eu estou há dias com pensamentos filosóficos tão sutis, tão singelos, tão profundos, outros tão rasos, e preciso registrar, porque depois se vão, porque outros vem, mas se eu pudesse, guardaria todos todos, mas talvez não haveria mais espaço para novos pensamentos, se eu conseguisse guardar todos..

Até que é inteligente essa coisa da gente "esquecer" certos pensamentos, certas ideias.

Se a gente viaja sempre com a mala lotada, como vamos trazer de volta as coisas novas dos lugares que visitamos?! :)


A Lua

Tivemos o privilégio de presenciar um doa maravilhosos fenômenos astronômicos: o Eclipse Lunar.

Quem pôde ver, deve ter se sentido no mínimo muito bem em poder assistir. Para mim, foi emocionante, foi arrepiante, foi maravilhoso.

Ontem eu vi a Lua, ENOOOORME, não completa (em sua forma redondinha certinha), mas muito grande, num tom meio amarelado, depois foi ficando mais branco.

Sair da aula, e ao caminhar para o ponto de ônibus me deparar com aquele clarão lá no alto, que supera toda claridade das luzes da cidade, foi uma boa sensação.

Ao chegar na rua da minha casa, onde é um ponto meio alto, pude ver a Lua novamente, antes de entra em casa. Estava lá, brilhando forte, destacável, totalmente notável, e eu não vi praticamente nenhuma estrela, nem sequer um pontinho brilhante por perto da grande Lua, e nem mesmo longe, e observando isso, me identifiquei com ela e pensei:


"Tão brilhante, e solitária."


Desculpem o tom de pretensão/vanglória que isso pode causar, mas tentem entender para si que não é bem isso o que quero passar.


Pensei que a Lua, sendo tão linda, tão deslumbrante, tão poderosa em sua luz, em seu brilho, chama tanto a atenção, mas é também tão sozinha.

E me identifiquei com isso por conta de alguns momentos que venho passando, esporadicamente, nos quais me senti sozinha. E como eu venho buscando minha evolução como ser humano, em alguns dos momentos em que me sinto sozinha, me vem a ideia de que posso ser muito especial, tenho me tornado especial, brilhante em alguns aspectos, mas sozinha ao mesmo tempo.


E quantas e quantas e quantas outras pessoas são tão brilhantes, tão incríveis, mas solitárias também.

...

Pensei se a solidão talvez não seja uma consequência de estar em destaque, de resplandecer..

Se sentir sozinho, pode ser a condição de quem acaba por brilhar.


Não, não estou comparando a maravilha do brilho da Lua à mim ou às pessoas em geral. Acho que nós, seres humanos, e os astros, e a natureza toda, temos aspectos diferentes e valiosos que devem ser livres de comparações no sentido de encontrar uma superioridade. Vejo que as diferenças entre humanos e natureza, são mais complementos de algo único do que aspectos que nos separam um do outro. E este algo único, eu chamo de Vida.


Retomando para finalizar nesse texto a questão do brilho e da solidão, temos muitos exemplos de seres humanos que foram brilhantes e ao mesmo tempo sozinhos, ou que foram brilhantes e em seguida ficaram sozinhos. Ou porque suas ideias eram avançadas demais para a mente das outras pessoas, ou porque seus atos de paz e harmonia eram impossíveis demais na mente das outras pessoas, ou porque suas maneiras de viver a vida eram tranquilas e simples demais para que as outras pessoas pudessem acompanhar. Temos muitos, vocês sabem.

Eu não sou tão intelectual ao ponto de saber todas as histórias das pessoas que se encaixam nestes exemplos. Mas eu sou convencida de que tenho leitores cultíssimos que terão em mente mais exemplos de pessoas do os que eu conheço. Vou citar 2 para refletirmos juntos.


Jesus Cristo: um dos que eu mais sei a história, porquê cresci ouvindo sobre sua vida. Era um homem bem avançado e modernizado para aquela época em que viveu. Aliás, diga-se de passagem, ele seria muito avançado e modernizado mesmo que estivesse vivendo em nossa sociedade atual, neste século, neste ano. ^^

Fez muuitas coisas boas, exerceu solidariedade, compaixão, amor, dividiu conhecimentos, e deixou exemplos lindos de humanidade. No fim, sempre foi rejeitado por muitos, mal visto, julgado, e ficava muito sozinho também, pois até mesmo quem curtia as ideias dele, tinha medo de ser visto com ele e sofrer represálias.


Bob Marley: Conheço mais pelo senso comum, e o pouco que sei, me faz entender que foi uma pessoa muito positiva também. Era minoria, era preto, era pobre, e tinha pensamentos e ideais de paz e amor para a humanidade. Até hoje existem pessoas que criticam o jeito como ele vivia, principalmente criticam o fato de ele sempre ter sido adepto da velha e famosa Marijuana. Os pensamentos e ideais do Bob são presentes até hoje na mente de muitas pessoas, a maioria jovem, que representam o jeito Bob de viver usando as cores vermelho, amarelo e verde em suas pulseiras, roupas, dreads e diversos objetos. Foi um ser humano brilhante também, e bastante solitário.


Esses exemplos, e outros mais particulares não citados, me fazem refletir sobre a questão da especialidade, do brilho, e das coisas boas que temos, cada um à seu modo, e que podem fazer de nós humanos brilhantes e solitários. Estes dois últimos adjetivos estarão, na maioria das vezes, acompanhados de si. O brilho com a solidão.









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O outro pensamento que tomou conta de mim, é sobre o amor.

Um pensamento bem singelo mesmo, bem simples, bem sutil, mas muito válido pra mim.


"Tem muito amor dentro de mim. Sinto necessidade de por pra fora. Preciso liberar porque tem muito. Mas... Seria legal encontrar alguém disposto e que esteja precisando desse amor todo que eu tenho para doar. (..)"


Olhando para as folhas nas árvores, balançando com a brisa leve da manhã, eu continuei o pensamento:


"Aliás, bom mesmo será que eu distribua esse amor sem focar em uma coisa ou em alguém. Bom mesmo será que eu atire esse amor sem focar o alvo, para que um número grande de pessoas e seres sejam atingidos por esse sentimento."


E foram esses os pensamentos mais recentes, dos que eu me lembro, claro, haha.

Que você que lê, possa atribuir esses pensamentos para si, se achar interessante. E que isso suscite sentimentos muito positivos e agradáveis em você.


Ótima sexta-feira!!!




sábado, 13 de setembro de 2014

Universo inspirável

Acorda às 09h24, sem voz alguma, garganta inflamada, nariz entupido, aquela dor no corpo, muita secreção fazendo o peito chiar e a garganta doer... Ela acorda "mal".

Levanta, vai ao banheiro, vê a luz do sol, anima-se. Pensa em se deitar novamente, mas antes come um bolo de fubá com chocolate, feito por uns amigos ontem, e volta para o quarto, pensando no cansaço físico e na cama aconchegante... Mas quando observa os raios de sol se esforçando para atingir seu quarto, ah! Ela se espreguiça gostoso, tira aquela camisola velha e põe um vestido florido, afinal, é sábado! 
"Dane-se este resfriado forte. Não vou acompanhá-lo. Ou ele me acompanha ou saia de mim, porque eu vou costurar e ouvir Marisa Monte!"

(...)

Lembra-se da noite anterior, quando antes de fechar as janelas para dormir, parou por alguns minutos para observar as estrelas, como toda noite faz. E notou o brilho, a distância, a beleza e a simplicidade delas... "Apenas um ponto que brilha. Algumas brilham mais, outras menos. Umas aparentam ser menores e outras maiores... Mas todas elas brilham."
São todas elas contra uma uma, pensou ela. Não, contra não, todas elas frente a uma. e essa "uma" era ela.

Pensou naquele momento, que as estrelas estavam para ela como ela estava para as estrelas. Observando, mas sobre tudo, admirando.
"Enquanto eu me ponho à minha janela para observar e admirar todas vocês, é como se vocês todas se posicionassem aí em cima, a me observar e também admirar. Vocês são lindas!!!"

Naquele momento, ela se sentiu conectada com as estrelas, com o ar, com a terra, com o universo. E por alguns instantes pensou em como muitas pessoas hoje em dia, com tanta correria, rotinas massantes, afazeres em excesso e tecnologia, nem se lembram mais dos astros. Não apreciam as estrelas, não as do céu. Reclamam do sol, enquanto poderiam agradecer mais pela claridade e mesmo pelo calor que ele proporciona. Rogam pragas quando chove, enquanto deveriam agradecer por esta água que cai do céu, mesmo que caísse quando estão saindo do trabalho... Enfim, muitas pessoas tem ignorado a existência e as funções vitais dos astros, a beleza deles...

Não, ela não se sente melhor que os outros porque para para admirar o universo. Sente-se agradecida por conseguir se lembrar deles e admirá-los sempre.

Ela pede ao sol um pouco de sua luz, pede ao ar sua leveza, pede à chuva sua benção e vitalidade, pede às estrelas sua simplicidade e brilho e pede à lua, oh linda lua, que dê um pouco da sua beleza e resplandecência. Ela pede cada característica para poder usar em momentos onde forem necessários.

Luz para saber lidar com problemas.
Leveza para lidar com pessoas.
Benção para tudo e vitalidade para aproveitar bem todas as coisas.
Simplicidade para fazer o melhor e brilho para ser notada quando necessário.
Beleza e resplandecência para encantar.

Ela pensa que quando se está conectado com o universo e com as coisas que nele há, tudo flui de uma maneira efetiva e harmônica. Há sintonia e sincronia entre o ser e o universo todo, positiva ou até negativamente.

"Não há momentos em que tudo vai bem? Trabalho, faculdade, família, relacionamentos amorosos, amigos, espiritualidade... Tudo anda muito bem e até estranhamos, às vezes. Provavelmente, ainda que não seja totalmente consciente, estamos conectados com essas coisas boas, com símbolos e significados que nos fazem bem e trazem sentido. E quando as coisas não vão muito (ou nada) bem, também podemos estar conectados e destinando maior atenção para eventos negativos.
O fato é que se nos conectamos com algo, provavelmente atraímos os acontecimentos relacionados à aquilo."

Após filosofar sobre isso tudo, na sexta-feira de uma semana cansativa e produtiva, ela adormeceu. E no dia seguinte despertou, sentindo a inspiração, talvez advinda dos pensamentos da noite passada.

Ela também tem pensamentos interessantes sobre as estações climáticas... Mas isso virá outro dia, num outro momento de inspiração. 

PS: O tal do resfriado forte, veio por conta, também, de uma chuva que ela tomou um dia desses. Bendita e abençoada chuva na hora de sair da aula. -Sem ironia-.



Ana Carolina C. Pereira

Há uma música muito boa que ilustra bem os astros que o texto cita. E para uma amante e descendente da cultura indígena, apaixonada por crianças e por música boa, não havia arte melhor que esta para envolver em meu texto.













quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Resgatando do Orkut

Então, como todos devem saber, o Orkut se despede definitivamente este mês.
fui até lá, buscar relíquias de minha adolescência, hahaha, fotos, textos, as tais das comunidades, muita coisa interessante e engraçada, porém estou colocando aos poucos.
Vejo como mudei, em alguns aspectos, rsrs

Esse material todo, servirá para simples lembrança e risadas, como me ajudará numa disciplina que estou cursando este semestre, que é Desenvolvimento Psicológico na Adolescência. 

O texto à seguir, por exemplo, é um material interessante para inserir nos meus trabalhos e para refletir também.

PS: Fiz questão de deixar o texto intacto. Com os erros cometidos na época, então, não reparem (ou reparem sim, rsrs) na maneira como eu escrevi, erros, e jeito de falar. Considerem que essas coisas são de mais de 3 anos atrás, haha, pode não parecer muito tempo, mas eu sei o salto que dei dos 18/19 anos até os atuais 23.

Apreciem a descrição do meu perfil, como era:

"Sobre α.¢αяσℓιηα
Simples, esperta
Tranquila, espontânea
Sincera, calculista
Persistente, forte
Triste, feliz
Sonhadora de pés no chão.
Apaixonada, 
Consciente (neem sempre ^^)
Ciente de que, hoje a inspiração me fez escrever esse "perfil", mas amanhã, posso achá-lo ridículo.
A vida é puro aprendizado. É instável. São muitas fases, muitas mudanças... Estou em mudança constantemente, e essa idade entre 18 e 20 anos, é a fase mais louca. A gente passa por uma metamorfose onde pensamos: "Até onde devo pensar como um adulto e agir como um adolescente? Ou até onde devo agir como um adulto, mas pensar como uma criança?"... às vezes pensamos como anciãos... E nossa identidade vai se formando assim, nessas oscilações de pensamentos. Nunca paramos de mudar, apenas chega um momento da vida, em que nos acostumamos tanto com as mudanças, que enfrentamos de uma maneira mais "fácil"... "Penso que tudo são fases". Eu penso mesmo. Então, não devemos nos apegar tanto aos acontecimentos do dia a dia, principamente os ruíns, pois no dia seguinte tudo pode mudar. Os acontecimentos bons, não devem ser esquecidos, pois é o que nos trás esperança nos momentos difíceis, porém os maus momentos, devem durar apenas no momento. Pois no dia seguinte, tudo pode ser diferente. O que era boa notícia pode se tornar má notícia, e o que era péssima notícia, pode se tonar a melhor novidade. Não é ser otimista ou pessimista. É ser realista. As coisas em nossa vida, sempre mudarão, ou para pior, ou para melhor. Mas quando aprendermos a encarar as coisas de uma forma realista, conseguiremos melhores resultados em nossos desafios.

Nunca seja autosuficiente, porém nunca duvide de sua capacidade.
Nunca subestime ninguém, nem mesmo o mais indefeso dos seres.
Nunca tenha dúvidas de que você pode sempre fazer melhor.

"O amor e a felicidade andam juntos. Se os encontrar separados, desconfie!"
"E pra quem diz que namorar é perder tempo, eu digo: Coisas boas que eu não tenho, quero aprender contigo!"

By Ana Carolina 
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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Uma crônica de solidariedade e justiça

Daí, o pobre sai para procurar emprego, e volta mais pobre ainda: 
Sem Bilhete Único, sem RG e sem a Carteinha da faculdade...

Saí de casa com rumos traçados: fazer uma entrevista, encontrar uma amiga para trocar informações sobre emprego, ir até uma agência para outra entrevista e distribuir currículos em outras agências.

Estava eu, minha mochila, uma sacola de papelão com uma pasta (que não cabia na mochila) e a minha bolsinha de mão que ganhei de aniversário, nela eu guardava meu RG, carteirinha de faculdade, trocadinhos, papéis, cartão do banco e cabia até o celular.

Voltando dos meus compromissos, eu ia descer na Puc, deixaria lá todo o material das aulas, que já estava comigo e voltaria pra casa apenas para fazer os brownies e tomar banho, minimizando o peso, voltaria para a faculdade somente com a tal da bolsinha, as chaves e os brownies. :)

Quando levantei para passar a roleta, peguei a tal bolsinha, encostei no leitor de cartão e passei a roleta. Por praticidade do momento, como já estava descendo do ônibus, abri a sacola de papelão que estava comigo e "joguei a bolsinha lá dentro". (Bem entre aspas mesmo, pois pensei ter feito isso.)

Andei depressa até os armários da biblioteca, quando cheguei ao balcão para pedir as chaves do armário, abri a sacola para pegar a bolsinha, e adivinhem?

ELA NÃO ESTAVA LÁ!

Uns segundos de confusão na minha cabeça, eu tinha certeza de que havia colocado a bolsinha lá, eu abri a sacola enquanto descia os degraus do ônibus "Oh, céus! Será que coloquei em falso?! Deixei cair no ponto de ônibus ou no degrau do ônibus?!"

Mais que depressa corri de volta ao ponto, olhei o chão todo, olhei o meio fio, nada! Perguntei para algumas pessoas e ninguém viu nada. Minha ideia foi: Pegar a mesma linha de ônibus da qual havia descido há menos de 10 minutos e então, seguir até o ponto final e com um pouco de sorte, encontrar o motorista e cobradora que estavam no ônibus de onde desci.

Logo veio outro 229. Expliquei a situação ao motorista que prontamente  quis me ajudar. acelerou, correu um pouco para ver se daria tempo de encontrar com o ônibus no ponto final. Quando chegou no bairro onde fica o ponto final, o motorista, com receio de que desencontrássemos o ônibus anterior, sugeriu que eu descesse e esperasse o ônibus no ponto de sentido a voltar para a John Boyd. Pelos cálculos dele, o próximo ônibus a passar ali, era mesmo o que havia me deixado na Puc. Ficou combinado assim: O tal ônibus passaria ali, eu questionaria o motorista e a cobradora e então se estivesse com eles, eu seguiria viagem naquele ônibus mesmo. Caso contrário eu ficaria ali no mesmo ponto esperando que ele voltasse do ponto final, já que eu estava sem passagem e não tinha como pagar para voltar pra casa.


Realmente veio o ônibus que eu esperava, entrei, perguntei ao motorista e á cobradora e não. Nenhum dos dois tinha visto nada. Nada foi encontrado naquele ônibus. Pensei então: Ou caiu e alguém logo viu e pegou, ou caiu mesmo no ponto de ônibus. Seja lá o que fosse, já era, pensei.


10 miniutos depois, o motorista que me ajudou, voltou do ponto final, fez uma cara 'triste' ao notar que eu esperava por ele, pois isto era um sinal de que eu não havia encontrado minha bolsinha. Ele lamentou e disse que poderia me ajudar. Se propôs a perguntar na garagem de ônibus entre esta noite e amanhã cedinho, pegou meu telefone e me ligaria assim que encontrasse, caso encontrasse mesmo. Achei louvável a atitude dele. Não tinha nada a ver com isso, nada a ganhar com isso e talvez até perderia tempo. Mas ele se propôs a me ajudar. Desci na Av. John Boyd, agradeci muuuito ao motorista, Rogério, e fui para o outro lado da avenida, me aventurar a encontrar outro motorista HUMANO que se arriscasse a me dar uma carona de volta para casa.


Encontrei um, expliquei a história a ele também, do porque estava sem cartão e tal, ele me olhava fixamente e eu já esperava um "desce, garota!", quando ele me diz: "Ok. Não é por isso que você não vai voltar para casa hoje. :D" (E de fato me abriu um sorriso solidário.

Fui, o caminho lamentando e pensando no que aconteceu, porque perdi a bolsinha, e não tinha nada de valor tipo dinheiro, porém fazer outro RG, carteitinha acadêmica, Bilhete Único e cartão do banco me dariam gastos e me fariam gastar tempo. Não havia mesmo dinheiro, apenas o cartão do banco, onde também nã tem 1 centavo, então não me preocupei, rs.

Desci no terminal, pensativa e claro, chateada, ninguém gosta de perder nada né, nem uma partida de de dominó e nem uma bolsinha com documentos. Entrei no outro ônibus para descer na rua de casa. Desci, cheguei em casa, pensando em como vou para a faculdade hoje... Tomei um banho, comi uma fruta, quando o telefone tocou. Pensei que pudesse ser alguma agência...

"- Alô?
- Alô, é Ana Carolina??
- Sim, sim, sou eu...
- Huuuuumm..... Você trabalha na Puc-Campinas??
- Não... eu estudo lá... Aaaai moço, você achou minhas coisas?? :D:D
- Não. Não achei suas coisas... Mas a Ednair achou!
- Quem??
- Uma moça que faz tartamento na odonto daqui da Puc. Viu, anota aí os telefones dela. Suas coisas estão com ela. ;)
- Uau, nossa, muito obrigada, muito obrigada mesmo...
- Anota moça: xxxxxxxx e xxxxxxxxx
- Uma pergunta: Como foi que acharam meu telefone?? Não tinha nada naquela bolsinha com meu telefone...
- A moça passou os dados da sua carteirinha acadêmica, seu RA... Com isso puxamos no sistema sua matrícula. 
- Huum, ok. Perfeito! Mais uma vez, muito obrigada.
- Por nada, por nada, tchau!"


...


Lembro-me que quando eu estava no ponto procurando pela bolsinha, tinha um ser negativo ao meu lado que dizia: "Ixiii, vc não vai achar... Pior que quem acha nem devolve.. Vão jogar fora..... E agora, o que vc vai fazer? Pra onde você vai moça?..."
Eu me esforcei muito para não ser grossa com a pessoa e apenas respondi: "Depende, nem todo mundo não devolveria, nem todo mundo jogaria fora, e eu estou pensando no que fazer, obrigada pela sua preocupação!!! 😡 "

E de fato, me lembrei das vezes que já achei cheque em branco, dei um jeito de encontrar a dona e devolvi, celulares que já achei também, documentos, carteiras e sempre dou um jeito de encontrar o dono, e fiquei pensando... Essas coisas voltam, acredito na lei do retorno e acredito também numa frase que o Pastor Kid, da Bola de Neve fala às vezes: "Deus não deve nada para ninguém!" Ou seja, não me considero em condições de achar que Deus me deve alguma coisa, hahaha, até parece né, eu é que devo muitooo, rsrs, mas no sentido de que creio que ele conhece nossas intenções e nos abençoa quando somos justos com alguém, pensei sim que ele estava presenciando aquela situação e ou faria com que tudo voltasse para minhas mãos ou me daria condições de fazer segunda via de tudo.

Posso dizer que as nossas atitudes tem consequências sim, sempre.
Há dois dias atrás, me senti humilhada e me lembrei que já fiz com outras pessoas aquilo que fizeram comigo naquele dia. Me senti colhendo o fruto amargo da humilhação que um dia eu plantei.
Mas hoje, pude sentir o gosto agradável da justiça, e sei que também já plantei por aí.

Como eu pedi esta manhã: "que setembro abra portas e faça renascer e florescer flores e amores..." 
Vejo a crônica de hoje como um desabrochar de uma flor que plantei um dia.

:)


Ana Carolina.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A Crônica Cotidiana de Hoje

... E aí que faziam umas duas semanas que ela estava cismada de que ele estava a observando, olhando-a e se aproximando mais do que nos semestres anteriores.
Ah! Naquele misto de solidão real com vulnerabilidade apoiada pela TPM, bastou que ele a olhasse nos olhos pela segunda vez (coincidentemente ou não) em menos de dez minutos e pronto! A flecha saliente de algum cupido equivocado, acertou em cheio a pobre e impulsiva garota.

Passado isso, as próximas aulas ganharam uma motivação a mais para ela. Cuidava-se mais do que de costume, prestava atenção nele, se ele dormia em aula, se ia ao banheiro, se mexia nos cabelos... (E ele mexia sim nos cabelos!) Ah! Como ela achava aquilo um charme.


O tempo todo observando, com olhos de cigana oblíqua porém nem tanto dissimulada, pra falar a verdade. Às vezes, tentava (e se esforçava) para considerar mais a razão do que a emoção. Tentava pensar que aquela sensação de desejo e atração, deveriam ser apenas ilusões, frutos de sua momentânea carência e de algumas trocas de olhares fatais, entretanto descompromissadas. 

Porém, mesmo tentando pensar assim, cada vez que ela o fitava em sala de aula, encontrava aqueles olhos tão vívidos e desinibidos sobre ela.
Arrepiava-se, ficava fria e além de tudo, não hesitava em fazer com que seu olhar para ele fosse notado, como se quisesse dizer com os olhos "Eu também estou te vendo".

Havia também uma certa preocupação, advinda de uma cena presenciada por ela, onde ele estava sentado de frente com uma garota, no banco da faculdade, conversando bem de pertinho, quase com os rostos coladinhos... Aquela cena a inibia algumas vezes, quando lembrada. Quem seria aquela garota? Será que ele a conheceu nas férias? Será que é namoro mesmo ou apenas uma amiga mais íntima? Será que ele é desses garotos que tem costume de andar de mãos dadas, abraçar e beijar afetuosamente amigas e amigos? Afinal, ela nunca tinha o visto com alguém... Mas quem era aquela garota bonita?


Um dia desses, ele a procurou. Queria doce, mas o doce que ela fazia para vender, e não o doce que ela estava há muito querendo apresentar à ele. Vendeu, ele comendo em sua frente: "Nossa, continua gostoso como sempre! Parabéns, está demais. Hummm..."

Aquela deve ter sido a quarta ou quinta vez, em dois anos, que ele comprava. E é claro que isso deu ainda mais asas à romântica imaginação dela. Era sim um tanto instigante que ele tenha comprado um doce dela. Uma colega de classe notou e comentou também, fazendo com que a doce garota dos doces não se sentisse tão iludida e paranoica, afinal se até outra pessoa notou que ele a procurou e comprou um doce, realmente havia algo interessante envolvendo tal situação.

Algumas horas depois disto, ela anunciou: "Pessoal, tem apenas mais um..." quando ele mais que depressa a olhou e disse: "Eu levo! Está muito gostoso, vou comprar este. Pode ser?"

Ela o olhou com vontade de suavizar a voz e dizer: "Claro, meu anjo, pode levar sim." Mas, claro que ela se colocou naquela fantasia invisível de menininha de parque e respondeu como uma criança:" Ah, pode, claro. Muuuito obrigada, viu?! E que bom que você gostou...". Sorriram um para o outro cordialmente. Ela o entregou o doce cuidadosamente ao mesmo tempo que tentava controlar o excesso de delicadeza ao se aproximar dele. Por mais que quisesse, tinha receio de deixar tão na cara.

Foi para a casa saltitante e guiando-o com os olhos até perdê-lo de vista, naqueles passos calmos com um jeito despojado de andar, largado como meninos que tocam reggae e mpb. Ainda era o fim de uma noite de aula, mas ela mal esperava pelo dia seguinte, ficava imaginando se ele estaria com aquela calça jeans gasta e rasgada no joelho ou com aquela bermuda legal, meio suja, se ele estaria com os cabelos lindos soltos ou se teria feito um coque como estava usando ultimamente. Se estaria com a de manga longa ou a de manga curta, ficava imaginando se ele falaria com ela quando entrasse ou se apenas sentaria-se num lugar vago sem notar que ela estava o observando, ficava ela imaginando.


O próximo dia de aula chegou. Ela entrou na sala com ar de serenidade e uma pitada honesta de amor pra dar.Olhou pelos lados e cadê ele? "Deve estar lá fora, fumando, ou nem vem hoje... Poxa." A aula começou, ela acompanhou, prestou atenção direitinho e por 2 vezes se lembrou dele e pensou sobre onde ele poderia estar. Ao final desta aula, que terminou mais cedo, ela foi até o refeitório e, como o pensamento tem força, quem ela encontrou no caminho? Ele! Com a bermuda legal, meio suja, de manga longa e coque. Ele olhou para trás, ela tentou fingir uma timidez de leve, ele a chamou pelo nome, porém de uma forma carinhosa e diminutiva, abraçou-a com um braço e deu-lhe um beijo de cumprimento no rosto. Esses pequenos e simples fatores,  deram à ela sensação de "somos íntimos". Deve ter sido a melhor sensação daquela noite. Deu-se um breve diálogo assim:


-Então, aaai, você trouxe mais coisas boas hoje?

-Sim, eu... - ele interrompe:
-hummm, (chamou-a do jeito carinhoso), e o que é que você tem aí hoje?
-Brownie com Nutella e Palha Italiana.
Ele ainda abraçando-a com um braço, começam a descer a escada quando ele diz:
-Acho que hoje vou levar mais um! Aquele dia eu levei, minha namorada gostou muito do seu brownie, adorou. 

...


Um choque e um raciocínio rápido acontecendo juntos dentro dela e então sem cerimônia e da forma mais natural que deu, ela respondeu:

-Nossa, que bom que sua namorada gostou! Leve mais um para ela hoje então, isso mesmo, na sala eu te dou, vou comer agora e a gente se encontra daqui a pouco.

Ela reproduziu esta última fala com um sorriso natural e meigo e uma expressão de contentamento. 

Ele sorriu, soltou o braço que estava envolvendo-a e foi para a sala, caminhando em passos largos e lentos, meio largado, como aqueles meninos que tocam reggae e mpb. 
E ela? Foi comer. Rindo da situação, rindo da ilusão, rindo de si mesma e de sua capacidade de fazer com que estórias como esta aconteçam de forma real na vida dela.


Ana Carolina C Pereira



























PS: Qualquer semelhança com a realidade, pode ser mera coincidência. ;)