sábado, 13 de setembro de 2014

Universo inspirável

Acorda às 09h24, sem voz alguma, garganta inflamada, nariz entupido, aquela dor no corpo, muita secreção fazendo o peito chiar e a garganta doer... Ela acorda "mal".

Levanta, vai ao banheiro, vê a luz do sol, anima-se. Pensa em se deitar novamente, mas antes come um bolo de fubá com chocolate, feito por uns amigos ontem, e volta para o quarto, pensando no cansaço físico e na cama aconchegante... Mas quando observa os raios de sol se esforçando para atingir seu quarto, ah! Ela se espreguiça gostoso, tira aquela camisola velha e põe um vestido florido, afinal, é sábado! 
"Dane-se este resfriado forte. Não vou acompanhá-lo. Ou ele me acompanha ou saia de mim, porque eu vou costurar e ouvir Marisa Monte!"

(...)

Lembra-se da noite anterior, quando antes de fechar as janelas para dormir, parou por alguns minutos para observar as estrelas, como toda noite faz. E notou o brilho, a distância, a beleza e a simplicidade delas... "Apenas um ponto que brilha. Algumas brilham mais, outras menos. Umas aparentam ser menores e outras maiores... Mas todas elas brilham."
São todas elas contra uma uma, pensou ela. Não, contra não, todas elas frente a uma. e essa "uma" era ela.

Pensou naquele momento, que as estrelas estavam para ela como ela estava para as estrelas. Observando, mas sobre tudo, admirando.
"Enquanto eu me ponho à minha janela para observar e admirar todas vocês, é como se vocês todas se posicionassem aí em cima, a me observar e também admirar. Vocês são lindas!!!"

Naquele momento, ela se sentiu conectada com as estrelas, com o ar, com a terra, com o universo. E por alguns instantes pensou em como muitas pessoas hoje em dia, com tanta correria, rotinas massantes, afazeres em excesso e tecnologia, nem se lembram mais dos astros. Não apreciam as estrelas, não as do céu. Reclamam do sol, enquanto poderiam agradecer mais pela claridade e mesmo pelo calor que ele proporciona. Rogam pragas quando chove, enquanto deveriam agradecer por esta água que cai do céu, mesmo que caísse quando estão saindo do trabalho... Enfim, muitas pessoas tem ignorado a existência e as funções vitais dos astros, a beleza deles...

Não, ela não se sente melhor que os outros porque para para admirar o universo. Sente-se agradecida por conseguir se lembrar deles e admirá-los sempre.

Ela pede ao sol um pouco de sua luz, pede ao ar sua leveza, pede à chuva sua benção e vitalidade, pede às estrelas sua simplicidade e brilho e pede à lua, oh linda lua, que dê um pouco da sua beleza e resplandecência. Ela pede cada característica para poder usar em momentos onde forem necessários.

Luz para saber lidar com problemas.
Leveza para lidar com pessoas.
Benção para tudo e vitalidade para aproveitar bem todas as coisas.
Simplicidade para fazer o melhor e brilho para ser notada quando necessário.
Beleza e resplandecência para encantar.

Ela pensa que quando se está conectado com o universo e com as coisas que nele há, tudo flui de uma maneira efetiva e harmônica. Há sintonia e sincronia entre o ser e o universo todo, positiva ou até negativamente.

"Não há momentos em que tudo vai bem? Trabalho, faculdade, família, relacionamentos amorosos, amigos, espiritualidade... Tudo anda muito bem e até estranhamos, às vezes. Provavelmente, ainda que não seja totalmente consciente, estamos conectados com essas coisas boas, com símbolos e significados que nos fazem bem e trazem sentido. E quando as coisas não vão muito (ou nada) bem, também podemos estar conectados e destinando maior atenção para eventos negativos.
O fato é que se nos conectamos com algo, provavelmente atraímos os acontecimentos relacionados à aquilo."

Após filosofar sobre isso tudo, na sexta-feira de uma semana cansativa e produtiva, ela adormeceu. E no dia seguinte despertou, sentindo a inspiração, talvez advinda dos pensamentos da noite passada.

Ela também tem pensamentos interessantes sobre as estações climáticas... Mas isso virá outro dia, num outro momento de inspiração. 

PS: O tal do resfriado forte, veio por conta, também, de uma chuva que ela tomou um dia desses. Bendita e abençoada chuva na hora de sair da aula. -Sem ironia-.



Ana Carolina C. Pereira

Há uma música muito boa que ilustra bem os astros que o texto cita. E para uma amante e descendente da cultura indígena, apaixonada por crianças e por música boa, não havia arte melhor que esta para envolver em meu texto.













Nenhum comentário:

Postar um comentário